colunista do impresso

Abre alas para a Lody

data-filename="retriever" style="width: 100%;">A palavra Carnaval tem origem no latim, carnis levale, que significa "retirar a carne". O sentido está relacionado ao jejum que deveria ser realizado durante a Quaresma e também ao controle dos prazeres mundanos. Se bem que... né? Deixa assim. Esta seria a origem cristã dos festejos que tem relação direta com a Páscoa. O certo é que o Carnaval tem origem lá na antiguidade e foram muitas as festas, em diferentes países, que formaram o que temos hoje no mundo.

No Brasil, teve início na Era Colonial, quando os portugueses introduziram o entrudo, jogo típico da região de Açores e de Cabo Verde. Entrudo era uma brincadeira em que as pessoas jogavam, umas nas outras, água, ovos e farinha. Depois surgiram os cordões e ranchos, as festas de salão, os corsos e as escolas de samba. Afoxés, frevos e maracatus também passaram a fazer parte. Marchinhas, sambas e outros gêneros musicais foram incorporados à maior manifestação cultural deste país que tem uma rica diversidade.

Já fiz muito carnaval nos clubes da Quarta Colônia. Mas é sobre a Lody que eu quero falar. Uma foliã animada, que fez trenzinho, que fez ciranda e se divertiu muito na última segunda-feira. Apesar de amar as marchinhas e cantar todas, era o segundo Carnaval dos seus 84 anos de vida. Sim, mais de oito décadas. Lody Meurer nasceu em Vale do Sol, filha de imigrantes alemães que não só gostavam como animavam as festas e bailes da comunidade. Ela foi no primeiro e único baile de Carnaval aos 11 anos, com fantasia de papel crepom feita pela mãe. Lembra ainda das marchinhas: A Jardineira, Mamãe eu quero.

Depois, mudou-se com a família para o interior e de lá para a região noroeste do Estado, onde conheceu o Seu Hélio, seu primeiro e único namorado. E lá se vão mais de 60 anos. Hélio não era muito do Carnaval, se bem que eu vi ele no trenzinho por aqui, atrás da Maria Folia. Mas a foliã era a Lody. Cabelo branquinho, sotaque alemão e muita disposição. Até a bengala foi colocada de lado, buscava apoio nos outros foliões e fazia a festa.

É assim que eu penso o carnaval, alegre e divertido como a Lody viu a festa. A animação dela me emocionou. Ela que sempre gostou de festejar, que foi agora ao segundo carnaval, viu na festa toda a alegria e o colorido de sete décadas atrás. O casal veio visitar a família que tem por aqui, como disse a Lody, "era meu genro na bateria". Ela sabe tudo! E todas as letras também.

Que a festa não perca o encanto e o brilho do bailinho do interior do Vale do Sol. Aquela alegria fantasiada que conhecemos desde criança e que contagia. O Carnaval é a festa da diversidade cultural no mundo, a festa da esperança. A celebração dos nossos costumes, de como aprendemos a espalhar alegria e diversão através da música, da dança, do resgate e da valorização da nossa história. Que possamos brincar e nos divertir como as crianças e claro, como a Lody!

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Caiu na rede, é peixe Anterior

Caiu na rede, é peixe

Independência Próximo

Independência

Colunistas do Impresso